Fauller e Wilemara Barros protagonizaram o embrião de um projeto intitulado “Fortaleza: iconografia do esplendor e do esquecimento”, do fotógrafo Régis Amora
Prestes a dar lugar a um cruzamento de trânsito, a Praça Portugal – ícone de Fortaleza –, vem ganhando intervenções de moradores da capital cearense. No último domingo (18), um casal de artistas foi fotografado sem roupas e aos beijos. Na foto,Fauller e Wilemara Barros protagonizaram o embrião de um projeto intitulado “Fortaleza: iconografia do esplendor e do esquecimento”, do fotógrafo Régis Amora.
O projeto mostra patrimônios e construções importantes para a cidade de Fortaleza desde o século XVIII até a década de 50. São 65 edifícios que fazem parte desse projeto, e a Praça Portugal é um desses locais. A praça, ganhou relevância especialmente a partir dos nos 40.
Segundo Fauller, a foto faz parte de um questionamento maior sobre a importância do local e da necessidade de demolição. “A foto não salvará a praça, mas é certo que ela vai dar relevo a discussão em torno dela e do patrimônio histórico da cidade”, conta .
O fotógrafo Régis Amora explica o que motivou a sua realização. “O que motivou pensarmos em um trabalho que seja para a cidade foi exatamente a falta de iniciativas que afaguem esta cidade como ela merece. O trabalho é um carinho, é respeito, história e pesquisa séria”, comenta.
A foto dos artistas sem roupa foi denunciada no Facebook, mas a rede social respondeu explicando que a foto não sairia do ar, já que não desrespeitava nenhuma norma. Para Régis, experienciar a cidade desta forma, desbravando caminhos e trazendo toda a potência do corpo para o espaço urbano, legitimando-o como corpo político, foi um presente. “Nos traz tantas reflexões. Ver agora a repercussão não esperada dessa única imagem nos leva para dentro de uma discussão maior que é: O que estamos fazendo para a nossa cidade?”, questiona Régis.
Sobre o trabalho futuro
Foram documentados a iconografia da cidade após um levantamento inicial. O trabalho, que deve se desdobrar em livro e vídeo, trará novos olhares, percursos e mapeamentos da cidade de Fortaleza. “Esperamos que seja uma boa contribuição à nossa história e que outras gerações possam enxergá-lo com mais claridade. Esta sociedade é míope”, afirma o fotógrafo.
fonte: http://tribunadoceara.uol.com.br/
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