Saber quais bairros de Fortaleza apresentam mais focos do mosquito e chances de transmissão da dengue e prepará-los para a quadra chuvosa de 2015. Esse é o objetivo do Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (Lira), que identificou 40 bairros em situação de alerta e dois com risco iminente para instalação de epidemia. Este ano, a Capital registrou 4.258 casos de dengue, 50% a menos do que em 2013. Apesar da redução, 23 pessoas morreram por complicações da doença.
O índice de infestação predial total do município é de 0,84%, considerado condição satisfatória pelo Ministério da Saúde (MS). De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a estatística é resultado de monitoramento em 41.920 imóveis, que detectou focos em 354 deles.
A Regional V, composta por 18 bairros e 570 mil habitantes, foi a única a apresentar condição de alerta. É nela onde está inserido o bairro Parque Presidente Vargas, que registrou índice de infestação predial de 4,70%, percentual indicativo de risco para epidemia de dengue. O bairro Sapiranga, da Regional VI, também possui esse status, com 5,52% de infestação. O trabalho de estratificação dos dados deve orientar ações preventivas, controlando ainda o avanço da febre chikungunya, transmitida também pelo Aedes aegypti.
Análise dos índices
O coordenador da Célula de Vigilância Ambiental e de Riscos Biológicos da SMS, Nélio Morais, ressaltou que 65% dos depósitos da Regional V eram de armazenamento de água (tanques, caixa d’água, cacimba, cisterna etc). “Não há vedação. Em 2013 e 2014, essa regional foi campeã de casos. Temos que melhorar questões de saneamento, densidade demográfica e uma série de problemas sociais”, afirmou. Na Sabiaguaba, conforme Nélio, o alto índice de infestação deve-se aos problemas de abastecimento de água. “A situação requer armazenamento da população, que é feito de forma inadequada”, frisou.
Ter 40 bairros em situação de alerta para dengue exigirá uma ação intensa de combate ao mosquito. Nélio explicou que há parcerias entre órgãos da Prefeitura no sentido de coletar lixo, limpar quintais e colocar larvicida em casos onde o armazenamento de água é necessário. “Desde segunda-feira (17), quando terminamos a estratificação, que as ações estão sendo executadas. A ideia é entrar o inverno de 2015, quando os casos aumentam, de forma sustentável”, acrescentou.
O protagonismo da população é fundamental para prevenir casos de dengue. Vedar depósitos com água acumulada, limpar periodicamente a casa e não descartar lixo em terrenos ou ruas são algumas das ações individuais que devem ser feitas.
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