O período da Copa do Mundo, com a enorme quantidade de eventos nas ruas, bares, estádios e grandes aglomerações de pessoas de várias origens, deve ser marcado por uma grande demanda pelas redes Wi-Fi abertas ao público. Hoje, é comum encontrar esse tipo de conexão disponível em bares, restaurantes, aeroportos, centros comerciais, lojas, entre outros lugares de acesso público. Enquanto essa solução pode ser útil para permitir o acesso a notícias e compartilhar momentos com amigos e familiares, a rede também pode oferecer riscos às informações dos usuários nos dispositivos que estarão conectados a ela.
De acordo com dados apresentados pelo blog oficial do software de segurança Zone Alarm, enquanto cresce o número de pontos de acesso pelo mundo - passando de 1,3 milhões em 2011 para 5,8 milhões em 2015 -, muitos usuários ainda não se deram conta dos perigos do uso desprotegido dessas redes. Segundo a empresa, 64% dos usuários não demonstram preocupação com o acesso Wi-Fi. E mais: 85% se conectam a esse tipo de rede mesmo após claros avisos de que suas informações podem ser vistas ou acessadas por terceiros.
Muitas vezes o que parece uma vantagem pode ser prejudicial. Os riscos envolvem desde a criação de falsas redes para atrair os acessos - e roubar dados - dos usuários até a invasão de redes abertas tidas como confiáveis para, igualmente, tentar obter informações de outros que também estejam conectados. Segundo o levantamento do Zone Alarm, as informações sensíveis que correm risco de serem interceptadas numa conexão sem fio desprotegida são logins e senhas de serviços como internet banking, redes sociais, correio eletrônico e compras online.
Outro motivo de preocupação está no fato de que cada vez mais os estabelecimentos que oferecem redes abertas ao público passam a utilizar métodos de colher informações dos seus frequentadores para fins comerciais. Algumas redes de varejo já usam dados coletados pela rede pública para analisar hábitos de consumo dos usuários. "A comercialização de dados de clientes rastreados por redes de Wi-Fi parece estar em ascensão e diversas empresas oferecem esse serviço a varejistas. No entanto, poucos desses serviços oferecem com clareza o mecanismo de 'opt-out' para que os usuários possam bloquear seus dados", alerta Mariano Sumrell, diretor de Marketing da AVG Brasil, companhia especializada na segurança de dados.
Dicas
Confirme com alguém do estabelecimento o nome da rede Wi-Fi oferecida no local. Isso evita cair em armadilhas de nomes parecidos.
Não use aplicativos que conectam automaticamente o aparelho a uma rede Wi-Fi. Selecione manualmente a rede a ser acessada.
Não informe dados pessoais como endereço, telefone ou informação de cartões de crédito em cadastros prévios para acesso à rede sem fio.
Não acesse o site ou aplicativo de seu banco em um ponto de acesso público."Enquanto a indústria mobile não oferecer mecanismos de proteção de informações que sejam efetivamente confiáveis, os consumidores precisarão achar meios de se defender", diz o executivo da AVG Brasil. As opções que o usuário tem à disposição para proteger-se deve ir bem além do fato de ter um bom antivírus e um firewall (software para evitar invasões) instalado em seu aparelho.
Recomendações
Para ajudar o usuário a evitar colocar o conteúdo de seus dispositivos móveis em risco, o Tecno reuniu as principais recomendações dadas por empresas de segurança da informação. A primeira dica é sempre procurar saber a origem da rede aberta que aparece disponível na telinha do aparelho. Apesar de serem bastante práticos, os aplicativos que buscam redes abertas e se conectam automaticamente a elas não são recomendados. O usuário deve selecionar manualmente o ponto de acesso, sempre procurando saber sobre sua confiabilidade. Não é cautela exagerada perguntar ao responsável pelo estabelecimento o nome da rede sem fio do local - e assim evitar armadilhas de nomes parecidos.
Alguns bares, restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos solicitam um cadastro prévio para a liberação de redes Wi-Fi. A partir do dia 23 deste mês, por definição do recém-aprovado Marco Civil da Internet, as empresas devem tornar bem clara em seus termos de uso a sua política em relação aos dados colhidos de seus clientes. Mas, como a lei ainda não está em vigor e nem sempre o usuário perde tempo na leitura dos termos de uso, o aconselhável é não informar dados pessoais como endereço, número de telefone e informações do cartão de crédito - a não ser que esteja efetuando uma compra no estabelecimento. Nunca disponibilize seus dados pessoais e bancários nestes cadastros ou clique em links que direcionem a outro site para verificação de informações pessoais.
Alguns tipos de serviços, como os sites e aplicativos de bancos, não devem ser utilizados em conexões de redes públicas. Além do risco do acesso ser desviado para um site falso, outros usuários podem estar conectados à mesma rede com o intuito de interceptar os dados da conta e senhas. Se for realmente necessário o acesso ao serviço de internet banking, o usuário deve desativar o Wi-Fi e utilizar a rede 3G ou 4G de sua própria operadora.
Risco físico
Vale lembrar que, em lugares com grandes aglomerações de pessoas, além do risco de ter as informações acessadas virtualmente, há ainda a possibilidade do acesso físico ao aparelho - isto é, ao roubo do aparelho. Para esses casos, vale a recomendação da AVG em proteger o acesso ao conteúdo do aparelho com senha. "Por mais que ela não possa impedir ninguém de roubar seu smartphone, a senha pode manter seus dados e arquivos longe de mãos erradas", aconselha a companhia. "Além disso, caso seja possível, configure sua tela de bloqueio com alguma informação de contato, assim, caso alguma alma caridosa encontre seu aparelho, ela conseguirá entrar e m contato com você para devolvê-lo". O usuário também pode contar com programas que localizam e até desativam o celular após um roubo.
fonte: DN


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